domingo, 21 de novembro de 2010

OS COMPADRES CORCUNDAS


       Era uma vez, dois compadres corcundas, um Rico outro Pobre. O povo do lugar vivia zombando da corcunda do Pobre e não reparava no Rico. A situação do Pobre andava preta, e ele era caçador. 
            Certo dia, sem conseguir caçar nada, já tardinha, sem querer voltar para casa, resolveu dormir ali mesmo no mato. 
            Quando já ia pegando no sono ouviu uma cantiga ao longe, como se muita gente cantasse ao mesmo tempo. 
            Saiu andando, andando, no rumo da cantiga que não parava. Depois de muito andar, chegou numa clareira iluminada pelo luar, e viu uma roda de gente esquisita, vestida de diamantes que brilhavam com a lua. Velhos, rapazes, meninos, todos cantavam e dançavam de mãos dadas, o mesmo verso, sem mudar: 

    Segunda, Terça-feira, 
    Vai, vem! 
    Segunda, Terça-feira, 
    Vai, vem!
 

            Tremendo de medo, escondeu-se numa moita e ficou assistindo aquela cantoria que era sempre a mesma, durante horas. Depois ficou mais calmo e foi se animando, e como era metido a improvisador, entrou no meio da cantoria entoando: 

    Segunda, Terça-feira, 
    Vai, vem! 
    E quarta e quinta-feira, 
    Meu, bem!
 

            Calou-se tudo imediatamente e aquele povo espalhou-se procurando quem havia falado. Pegaram o corcunda e o levaram para o meio da roda. Um velhão então perguntou com voz delicada: 
            --- Foi você quem cantou o verso novo da cantiga? 
            --- Fui eu, sim Senhor! 
            --- Quer vender o verso? - perguntou então o Velhão. 
            --- Quero sim, senhor. Não vendo não, mas dou de presente porque gostei demais do baile animado. 
            O Velho achou graça e todo aquele povo esquisito riu também. 
            --- Pois bem - disse o Velhão - uma mão lava a outra. Em troca do verso eu te tiro essa corcunda e esse povo te dá um Bisaco novo! 
            Passou a mão nas costas do caçador e a corcunda sumiu. Lhe deram um Bisaco novo e disseram que só o abrisse quando o sol nascesse.                                                                                                                                                                            O Caçador meteu-se na estrada e foi embora. Assim que o sol nasceu abriu o bisaco e o encontrou cheio de pedras preciosas e moedas de ouro. 
            No outro dia comprou uma casa com todos os móveis, comprou uma roupa nova e foi à missa porque era domingo. Lá na igreja encontrou o compadre rico, também corcunda. Este quase caiu de costas, assombrado com a mudança. Mais espantado ficou quando o compadre, antes pobre e agora rico, contou tudo que aconteceu ao compadre rico. 
            Então cheio de ganância, o rico resolveu arranjar ainda mais dinheiro e livrar-se da corcunda nas costas. 
            Esperou uns dias e depois largou-se no mato. Tanto fez que ouviu a cantoria e foi na direção da toada. Achou o povo esquisito dançando numa roda e cantando: 

    Segunda, Terça-feira, 
    Vai, vem! 
    Quarta e quinta-feira, 
    Meu, bem!
 


             O Rico não se conteve. Abriu o par de queixos e foi logo berrando:

    Sexta, Sábado e Domingo,
    Também! 


           Calou-se tudo novamente. O povo esquisito voou para cima do atrevido e o levaram para o meio da roda onde estava o velhão. Esse gritou furioso:
            --- Quem mandou se meter onde não é chamado seu corcunda besta? Você não sabe que gente encantada não quer saber de Sexta-feira, dia em que morreu o filho do alto; sábado, dia em que morreu o filho do pecado, e domingo, dia em que ressuscitou quem nunca morre? Não sabia? Pois fique sabendo! E para que não se esqueça da lição, leve a corcunda que deixaram aqui e suma-se da minha vista senão acabo com seu couro!
            O Velhão passou a mão no peito do corcunda e deixou ali a corcunda do compadre pobre. 
Depois deram uma carreira no homem, que ele não sabe como chegou em casa. 
            E assim viveu o resto da sua vida, rico, mas com duas corcundas, uma na frente e outra atrás, para não ser ambicioso. 

O VELHO AMBICIOSO


            Um Velho tinha um filho muito trabalhador. Não podendo ganhar a vida como desejava em sua terra, despediu-se do pai e seguiu viagem para longe a fim de trabalhar. 
            A princípio mandava notícias e dinheiro mas depois deixou de escrever e o velho o julgava morto. 
            Anos depois, numa tarde, chegou à casa do velho um homem e pediu abrigo por uma noite. Durante a ceia conversou pouco e deitou-se logo para dormir. O velho notando que o desconhecido trazia muito dinheiro, resolveu matá-lo. 
            Relutou muito mas acabou cedendo à ambição e tentação e assassinou o hóspede, enterrando-o no quintal do sítio. Voltou para a sala e abriu a mala do morto. 
            Encontrou ali as provas de que se tratava do próprio filho, agora rico, e que vinha fazer-lhe uma surpresa. 
            Cheio de horror, o pai matador foi entregar-se à justiça e morreu na prisão, carregado de remorsos.

sábado, 6 de novembro de 2010

LENDA DA CANA DE AÇÚCAR

            Dizem que Jesus Cristo passava por uma estrada em um dia de sol muito forte e que por isso ele morria de fome e de sede.

            Em meio a estrada ele avistou um canavial e resolveu sentar-se numa sombra entre as folhas, refrescando-se do calor, descansando, chupando os gomos da cana e enfim, matando sua fome.
            Ao sair, abençoou as canas, prometendo que delas o homem havia de tirar um alimento bom e doce.
            No outro dia, na mesma hora, o diabo saiu do fogo do inferno, com os chifres e o rabo queimados. Galopando pela estrada, foi dar no mesmo canavial. Mas, desta vez, as canas soltaram pelos e o caldo estava azedo, e queimou-lhe a garganta.
            O diabo, furioso, prometeu que da cana o homem tiraria uma bebida tão ardente como as caldeiras do inferno.

            Conclui-se então que da cana se tira o açúcar, bênção de Nosso Senhor, e a cachaça, maldição do diabo.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O ANIVERSÁRIO DA MACACA


É uma macaca bem diferente.
Nem bem amanheceu o dia já cantarola pela sala com ares de contente!
É uma macaca muito pra frente!
A macaca animada acordou dando risada.
De hoje e um mês no calendário, a macaca conta os dias para seu aniversário.
Não está bem certa a macaca se fará uma festa das boas, ou um almoço para poucas pessoas.
Tem uma idéia brilhante a macaca, fã de banana!
Não será uma festa comum, vai ser festa do pijama!
A macaca pensa se serve pastel de vento para esse evento ou bobó de camarão para essa ocasião.
A macaca vaidosa costura uma camisola cor-de-rosa.
Até que enfim chega o dia esperado da macaca ter seu aniversario festejado!
Enfeita-se toda a magrela com tudo que há de bom; escova a cabeleira, põe fita, passa perfume e batom.
Estou pronta! disse a macaca, mas cadê os convidados?
A macaca olha para os lados sem saber o que dizer.
Esqueceu os convites no armário da cozinha: só lhe resta sentar e ficar ali sozinha…
Dim! dom! fez a campainha.
E foram entrando os amigos na maior animação, cada qual mais alinhado, com um presente na mão.
A macaca espantada ficou muitíssimo radiante!
Era uma festa surpresa para a aniversariante!
--- Daqui para frente, macaca, não seja tão distraída!
Feliz aniversário e muitos anos de vida!

domingo, 17 de outubro de 2010

O TAPETINHO VERMELHO

            Uma pobre mulher morava em uma humilde casinha com sua neta muito doente.
            Como não tinha dinheiro sequer para levá-la a um médico, e vendo que, apesar de seus muitos cuidados e remédios com ervas, a pobre criança piorava a cada dia, resolveu iniciar a caminhada de 2 horas até a cidade próxima em busca de ajuda.
            Chegando no único hospital público da região foi aconselhada a voltar para casa e trazer a neta junto, para que esta fosse examinada.
            Quando ia voltando, já desesperada por saber que sua neta não conseguia sequer levantar da cama, a senhora passou em frente a uma Igreja e como tinha muita fé em Deus, apesar de nunca ter entrado
em uma Igreja, resolveu pedir ajuda.
            Ao entrar, encontrou algumas senhoras ajoelhadas no chão fazendo orações. As senhoras receberam a visitante e, após se inteirarem da história, a convidaram para se ajoelhar e orar pela criança.
            Após quase uma hora de fervorosas orações e pedidos de intercessão ao Pai, as senhoras já iam se levantando quando a mulher lhes disse:
            -- Eu também gostaria de fazer uma oração
            Vendo que se tratava de uma mulher de pouca cultura, as senhoras retrucaram:
            -- Não é necessário, com nossas orações, com certeza sua neta irá melhorar.
            Ainda assim a senhora insistiu em orar, e começou:
            -- Deus, sou eu, olha, a minha neta está muito doente Deus, assim eu gostaria que você fosse lá curar ela. Deus, você pega uma caneta que eu vou dizer onde fica.
            As senhoras estranharam, mas continuaram ouvindo.
            -- Já está com a caneta Deus? Você vai seguindo o caminho daqui de volta para Belo Horizonte e quando passar o rio com a ponte você entra na segunda estradinha de barro. Não vai errar, tá?
            A esta altura as senhoras já estavam se esforçando para não rir, mas ela continuou:
            -- Seguindo mais uns 20 minutinhos tem uma vendinha. Entra na rua depois da mangueira que o meu barraquinho é o último da rua. Pode ir entrando que não tem cachorro.
            As senhoras começaram a se indignar com a situação...
            -- Olha Deus, a porta tá trancada mas a chave fica embaixo do tapetinho vermelho na entrada. O senhor pega a chave, entra e cura a minha netinha.
            Mas olha só Deus, por favor não esquece de colocar a chave de novo embaixo do tapetinho vermelho senão eu não consigo entrar quando chegar em casa...
            A esta altura as senhoras interromperam aquela ultrajante situação dizendo que não era assim que se deveria orar, mas que ela poderia ir pra casa sossegada pois elas eram pessoas de muita fé, e Deus, com certeza, iria ouvir as preces e curar a menina.
            A mulher foi pra casa um pouco desconsolada, mas ao entrar em sua casinha sua neta veio correndo lhe receber.
            -- Minha neta, você está de pé, como é possível?
            E a menina explicou:
            -- Eu ouvi um barulho na porta e pensei que era a senhora voltando, porém entrou em meu quarto um homem muito alto, com um vestido branco e mandou que eu levantasse. Não sei como, eu simplesmente levantei.
            E quase em prantos, a menina continuou:
            -- Depois ele sorriu, beijou minha testa e disse que tinha de ir embora, mas pediu que eu avisasse a senhora que ele ia deixar a chave embaixo do tapetinho vermelho...

O SONHO DA PRINCESA

             Esta é a história de uma princesinha muito corajosa. Mas antes de falar dela, vou apresentar-lhe seu pai, o rei.
            O rei era viúvo é tinha três filhas: Carolina, Vanessa  e Clara. Cada uma possuía um dom diferente.
            Carolina, a mais velha, tinha a pele dourada e os olhos cor de mel; seu dom era o do canto. Cantava como um pássaro. Todas as manhãs, ao acordar, ela presenteava seu pai com um pequeno recital, em que cantarolava e assoviava, lembrando as melodias entoadas pelos bem-te-vis, rouxinóis e pardais.
            Vanessa, a filha do meio, era loira e tinha os olhos azuis como o céu. Seu dom era o da culinária. Ela sabia fazer os docinhos mais delicados e deliciosos do mundo. Cajuzinho, brigadeiro, quindim, beijinho, cocadinha --- tudo em que punha a mão ficava macio e apetitoso.
            Os doces pareciam pequenas pedras preciosas e deliciavam o rei e as princesinhas a cada manhã.
            Clara, a mais nova tinha a pele branca e a face rosada e cabelos longos e vermelhos como o fogo. Eram tão brilhantes, os cabelos, que refletiam a luz e imaginavam tudo, como se espelhassem a alma das outras pessoas. Clara tinha um dom especial. Ele sentia o que as pessoas e tinha sonhos premonitores.  Tudo que sonhava se realizava.
            O que ainda não contei é que o rei, embora tivesse orgulho de suas filhas, era um homem muito rígido, Qualquer desvio era motivo de punição. Por isso, as três princesas cumpriam tudo aquilo que ele ordenava.
            Clara era a que mais sofria, pois todas as manhas o rei lhe perguntava sobre o que havia sonhado. Ele desejava saber de antemão o que aconteceria em seu reino. Para agradar ao pai e soberano, a menina obedecia sem pestanejar.
            Certo dia aconteceu uma verdadeira tragédia! Clara teve um sonho que iria mudar o destino de todos. E quando o rei lhe fez a pergunta de todos os dias, ela não teve saída a não ser contar a verdade...
            ---- Meu rei, eu sonhei que vivia num castelo maravilhoso e que todos os reis do mundo vinham beijar–me a mão, inclusive o senhor.                                       
            ---  Que está dizendo sua insolente? --- perguntou o pai furioso. --- Isso é um absurdo! Eu sou rei! Você é quem deve me beijar a mão! Estou indignado com seu atrevimento!!!
            O rei ficou mesmo uma fera. Furioso. Vermelho de raiva. Roxo de fúria. Não suportava ouvir que sua filha pudesse se tornar mais poderosa do que ele próprio. Sua arrogância era tão grande quanto seu reino; seu orgulho tornava-o cego, surdo, e mudo, e fazia congelar seu coração.
            --- Vou mandar cortar-lhe todo o cabelo. Depois, você será expulsa deste castelo. Quero que suma da minha frente, para e que nunca mais eu tenha de me lembrar dessas palavras absurdas!
            A princesinha ficou imensamente triste. Tão triste que se tornou a imagem da própria tristeza. Nada tinha a dizer em sua defesa. Não que tivesse do que se defender, pois seu único pecado tinha sido dizer a verdade. Clara só teve tempo de dar um abraço em suas irmãs antes de adentrar a floresta, acompanhada de um dos soldados de seu pai, que havia sido incumbido de lhe cortar a linda cabeleira mágica.
            O soldado, contudo, teve compaixão da menina. Ficou com tanta pena que resolveu desobedecer um pouquinho a ordem do rei: cortou apenas alguns cachos de seu cabelo e trançou-os com uma palha bem fininha que tirara de uma árvore da floresta. Colocou a trancinha num pequeno baú, cobriu-a com um tule branco e enviou-a para o rei.
            Naquela floresta enorme e escura, sozinha, a princesinha parecia um grão de areia. As árvores gigantes e copadas lhe davam arrepios. Longe do castelo pela primeira vez, Clara sentiu medo.
            De repente, entre as árvores como num passe de mágica, abriu-se uma grande porta que a convidava a entrar. Apesar de assombrada, a menina resolveu aceitar o convite.
            Assim que Clara entrou, lhe foi servido um delicioso jantar. Havia de tudo naquela mesa: peixe, água fresca, cajuada, doce de jenipapo. Assim que ela se sentou, surgiu à sua frente um belo rapaz, que lhe abriu um sorriso
            --- Faz muito tempo que observo você, Clara. Entre todas as moças de todos os reinos deste mundo, você é a mais bonita, a mais bondosa e a mais talentosa  Por isso, gostaria que se tornasse  minha esposa e companheira.
            Apesar de ter gostado do rapaz e das coisas que lhe dissera, Clara engasgou de susto.
            --- Mas eu nem o conheço! --- declarou a jovem, boquiaberta.
            Então o moço acrescentou:
            --- Você pode ficar hospedada neste castelo mágico. Assim, poderá me conhecer sem presa.
            Clara, que não tinha mesmo para onde ir,concordou.
            Um ano se passou. E com a convivência, Clara se apaixonou pelo rapaz, que era, na verdade, o rei mais poderoso dentre todos.
            --- Eles marcaram a data do casamento e convidaram os reis de todos os reinos, mesmos dos mais distantes, inclusive o pai de Clara, para compartilhar aquele emocionante acontecimento.
            Quando o rei a viu, mais bela do que nunca, com seus longos cabelos vermelhos espelhados de tanto brilho e a sua pele branquinha como o vestido da noiva que usava, começou a chorar de arrependimento. Na verdade sentia uma saudade imensa da filha.
            A princesa que sentia uma saudade igualmente grande e que compreendeu a fragilidade do pai, chegou pertinho do rei e declarou:
            --- Ah, meu pai, não sofra mais! Eu o perdôo por te me expulsado do castelo. O orgulho lhe cegou, mas eu não me deixei cegar pelo rancor.
            E, assim dizendo, deu-lhe um abraço bem apertado, fazendo as pazes com ele.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A BORBOLETA AZUL

            Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.    As meninas sempre faziam muitas perguntas. 
            Algumas ele sabia responder, outras não. 
            Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina. 
            O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar. 
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. 
            Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio. 
            --- O que você vai fazer? - perguntou a irmã. 
            --- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. 
            --- Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada ! 
            As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando. 
            ---Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta? 
            Calmamente o sábio sorriu e respondeu: 
            --- Depende de você... ela está em suas mãos. 


Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro. 
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A FIGUEIRA

            Em uma cidadezinha do interior havia uma figueira carregada dentro do cemitério. Claro que ninguém tinha coragem de ir lá pegar os figos. De dia tinha a guarda e a noite.......quem é que tinha coragem?
            Dois amigos destemidos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os figos. Eles pularam o muro, subiram a árvore com as sacolas penduradas no ombro e começaram a distribuir os figos.
            --- Um pra mim, um pra você.
            --- Um pra mim, um pra você.
            --- Pô, você deixou cair dois do lado de fora do muro!
            --- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pegamos os outros.
            --- Então tá bom, mais um pra mim, um pra você.
            Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.
            Chegando lá, disse para o policial:
            ---Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!
            --- Ah, cala a boca bêbado.
            --- Juro que é verdade, vem comigo.
            Os dois foram até o cemitério, chegaram perto do muro e começaram a escutar...
            --- Um para mim, um para você.
            O guarda assustado:
            --- É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão mesmo dividindo as almas dos mortos! foi quando escutaram......
            --- Pronto, acabamos aqui. E agora?
            --- Vamos pegar aqueles dois que tão do lado de fora, um é meu e o outro é seu....... 

            --- Cooooorreeeee!!!!! 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

GALINHA RUIVA

              Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda.
              Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser colhido e virar um bom alimento.
              A galinha ruiva teve a
ideia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar!
              Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo.
              Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?
              Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
              Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo?
              Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos:
              --- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?                                                                                                          
--- Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono. 
              --- Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
              --- Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar.
              --- Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
              Todo mundo disse não.
              Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno.
              Quando o bolo ficou pronto ...
              Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os
amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca.
              Então a galinha ruiva disse:
              --- Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo?
              Todos ficaram bem quietinhos. ( Ninguém tinha ajudado.)
              --- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando.
              E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a
festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado.

domingo, 12 de setembro de 2010

A fábula do Rato


Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo 
um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. 

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

-- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!

A galinha disse:

-- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o 

senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

-- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !

-- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, 

a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite 

ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. 

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra 

venenosa. 
E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. 
Ela voltou com febre. 

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que 

uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o 
ingrediente principal. 

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para 

alimentar todo aquele povo. 



“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um 

problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que 
quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de 
um é problema de todos.”

sábado, 4 de setembro de 2010

A HISTÓRIA DO LÁPIS

            O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
            --Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco?
            --E por acaso, é uma história sobre mim?
            A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
            -- Estou escrevendo sobre você, é verdade.Entretanto, mais importante do que as palavras,
é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
            O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
            -- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
            -- Tudo depende do modo como você olha as coisas.
            Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
            "Primeira qualidade:
            Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".
            "Segunda qualidade:
            De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
            "Terceira qualidade:
            O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".
            "Quarta qualidade:
            O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro.
Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."
            "Finalmente, a quinta qualidade do lápis:
            Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".


sábado, 21 de agosto de 2010

COBRA GRANDE

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico.
Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras.
Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria.
Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro. 
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.

Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Bomba D' água


Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto.
               Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.
Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada.
              Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar.
            Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. E notou que ao seu lado havia uma velha garrafa.                                                                 Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:                                                                                                                                          
Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando sobre ela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir, para o próximo viajante. 

            O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água.
            De repente, ele se viu num dilema.
            Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse morreria de sede.
            Que fazer ?
            Despejar a água na velha bomba e esperar vir a ter água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem?
            Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba.
            Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba e pôs-se a ranger e chiar sem fim.
            E nada aconteceu! E a bomba foi rangendo e chiando.
            Então, surgiu um fiozinho de água, depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância.
            Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina.
            Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente.
            Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante.
            Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante.
            Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:

            Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta. 

domingo, 8 de agosto de 2010

Lenda da mandioca


            Em épocas remotas, a filha de um poderoso tuxaua foi expulsa de sua tribo e foi viver em uma velha cabana distante por ter engravidado misteriosamente.
            Parentes longínquos iam levar-lhe comida para seu sustento e assim a índia viveu até dar a luz a um lindo menino, muito branco o qual chamou de Mani.
            A notícia do nascimento se espalhou por todas as aldeias e fez o grande chefe tuxaua esquecer as dores e rancores e cruzar os rios para ver sua filha.
            O novo avô se rendeu aos encantos da linda criança a qual se tornou muito amada por todos.
            No entanto, ao completar três anos, Mani morreu de forma também misteriosa, sem nunca ter adoecido.     
            A mãe ficou desolada e enterrou o filho perto da cabana onde vivia e sobre ele derramou seu pranto por horas.
             Mesmo com os olhos cansados e cheios de lágrimas ela viu brotar de lá uma planta que cresceu rápida e fresca.
            Todos vieram ver a planta miraculosa que mostrava raízes grossas e brancas em forma de chifre, e todos queriam prová-la em honra daquela criança que tanto amavam.
            Desde então a mandioca passou a ser um excelente alimento para os índios e se tornou um importante alimento em toda a região.

domingo, 1 de agosto de 2010

A LENDA DO AÇAÍ

Há muito tempo atrás, quando ainda não existia a cidade de Belém, do Pará, vivia neste local uma tribo indígena muito numerosa.
Como os alimentos eram escassos, tornava-se muito difícil conseguir comida para todos os índios da tribo. Então o cacique Itaki tomou uma decisão muito cruel. Resolveu que a partir daquele dia todas as crianças que nascessem seriam sacrificadas para evitar o aumento populacional de sua tribo.
Até que um dia a filha do cacique, chamada IAÇÃ, deu à luz uma bonita menina, que também teve de ser sacrificada.
IAÇÃ ficou desesperada, chorava todas as noites de saudades de sua filhinha. Ficou vários dias enclausurada em sua tenda e pediu à Tupã que mostrasse ao seu pai outra maneira de ajudar seu povo, sem o sacrifício das crianças.
Certa noite de lua IAÇÃ ouviu um choro de criança. Aproximou-se da porta de sua oca e viu sua linda filhinha sorridente, ao pé de uma esbelta palmeira.
Inicialmente ficou estática, mas logo depois, lançou-se em direção à filha, abraçando - a. Porém misteriosamente sua filha desapareceu.
IAÇÃ, inconsolável, chorou muito até desfalecer. No dia seguinte seu corpo foi encontrado abraçado ao tronco da palmeira, porém no rosto trazia ainda um sorriso de felicidade e seus olhos negros fitavam o alto da palmeira, que estava carregada de frutinhos escuros.
Itaki então mandou que apanhassem os frutos em alguidar de madeira, obtendo um vinho avermelhado que batizou de AÇAÍ, em homenagem a sua filha (IAÇÃ invertido).
Como a fruta também serviu para alimentar satisfatoriamente toda a sua tribo, o chefe decidiu que, a partir daquele dia, sua ordem de sacrificar as crianças estava suspensa.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

A lenda do Guaraná

Um casal de índios pertencente a tribo Maués vivia junto por muitos anos sem ter filhos, mas desejavam muito serem pais.

Um dia eles pediram a Tupã para dar-lhes uma criança que completaria aquela felicidade.
Tupã, sabendo que o casal era bondoso, lhes atendeu o desejo dando a eles um lindo menino.

O tempo passou e o menino cresceu bonito, generoso e querido por todos na aldeia.
No entanto, Jurupari, o deus da escuridão e do mal, sentia muita inveja do menino e decidiu matá-lo.

Certo dia, o menino foi coletar frutos na floresta e Jurupari se aproveitou da ocasião para lançar sua vingança.
Ele se transformou em uma serpente venenosa que atacou e matou o menino.

A triste notícia se espalhou rapidamente. Neste momento, trovões ecoaram e fortes relâmpagos caíram pela aldeia.
A mãe, que chorava em desespero, entendeu que os trovões eram uma mensagem de Tupã, dizendo que deveriam plantar os olhos da criança e que deles uma nova planta cresceria dando saborosos frutos.

Assim foi feito e os índios plantaram os olhinhos da criança. Neste lugar cresceu o guaraná, cujas sementes são negras rodeadas por uma película branca, semelhante a do olho humano.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

A casa queimada

Certo homem saiu em uma viagem de avião. Era um homem temente a Deus, e sabia que Deus o protegeria.
Durante a viagem, quando sobrevoava o mar um dos motores falhou e o piloto teve que fazer um pouso forçado no oceano.
Quase todos morreram, mas o homem conseguiu agarrar-se a alguma coisa que o conservasse em cima da água. Ficou boiando à deriva durante muito tempo até que chegou a uma ilha não habitada.
Ao chegar à praia, cansado, porém vivo, agradeceu a Deus por este livramento maravilhoso da morte.
Ele conseguiu se alimentar de peixes e ervas. Conseguiu derrubar algumas árvores e com muito esforço conseguiu construir uma casinha para ele. Não era bem uma casa, mas um abrigo tosco, com paus e folhas. Porém significava proteção.
Ele ficou todo satisfeito e mais uma vez agradeceu a Deus, porque agora podia dormir sem medo dos animais selvagens que talvez pudessem existir na ilha.
Um dia, ele estava pescando e quando terminou, havia apanhado muitos peixes. Assim com comida abundante, estava satisfeito com o resultado da pesca.
Porém, ao voltar-se na direção de sua casa, qual tamanha não foi sua decepção, ao ver sua casa toda incendiada.
Ele se sentou em uma pedra chorando e dizendo em prantos:
---"Deus! Como é que o Senhor podia deixar isto acontecer comigo? O Senhor sabe que eu preciso muito desta casa para poder me abrigar, e o Senhor deixou minha casa se queimar todinha. Deus, o Senhor não tem compaixão de mim?"
Neste mesmo momento uma mão pousou no seu ombro e ele ouviu uma voz dizendo:
--- "Vamos rapaz?"
Ele se virou para ver quem estava falando com ele, e qual não foi sua surpresa quando viu em sua frente um marinheiro todo fardado e dizendo:
--- "Vamos rapaz, nós viemos te buscar"
--- "Mas como é possível? Como vocês souberam que eu estava aqui?"
--- "Ora, amigo! Vimos os seus sinais de fumaça pedindo socorro. O capitão ordenou que o navio parasse e me mandou vir lhe buscar naquele barco ali adiante."

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A Margarida Friorenta

Era uma vez uma Margarida num jardim.
Quando ficou de noite, a Margarida começou a tremer.
Aí, passou a Borboleta Azul.
A Borboleta parou de voar.
— Por que você está tremendo? — Frio! –
---Oh! É horrível ficar com frio! E logo numa noite tão escura!
A Margarida deu uma espiada na noite.
E se encolheu nas suas folhas.
A Borboleta teve uma idéia:
— Espere um pouco!
E voou para o quarto da Ana Maria.
— Psiu! Acorde! — Ana!
--- É você, Borboleta? Como vai?
— Eu vou bem. Mas a Margarida vai mal.
— O que é que ela tem?
— Frio, coitada!
— Então já sei o remédio. É trazer a Margarida pro meu quarto!
— Vou trazer já!
A Borboleta pediu ao cachorro Moleque:
— Você leva esse vaso pro quarto da Ana Maria?
Moleque era muito inteligente. E levou o vaso muito bem.
Ana Maria abriu a porta para eles. E deu um biscoito ao Moleque.
A Margarida ficou na mesa de cabeceira.
Ana Maria se deitou.
Mas ouviu um barulhinho.
Era o vaso balançando. A Margarida estava tremendo.
— Que é isso? — Frio! — Ainda? Então já sei! Vou arranjar um casaquinho pra você.
Ana Maria tirou o casaquinho da boneca. Porque a boneca não estava com frio nenhum. E vestiu o casaquinho na Margarida.
— Agora você está bem. Durma e sonhe com os anjos.
Mas quem sonhou com os anjos foi Ana Maria.
A Margarida continuou a tremer.
Ana Maria acordou com o barulhinho.
— Outra vez? Então já sei. Vou arranjar uma casa pra você!
E Ana Maria arranjou uma casa para a Margarida.
Mas quando ia adormecendo ouviu outro barulhinho.
Era a Margarida tremendo.
Então Ana Maria descobriu tudo.
Foi até a mesa de cabeceira e deu um beijo na Margarida.
A Margarida parou de tremer.
E dormiram muito bem a noite toda.
No dia seguinte Ana Maria disse para a Borboleta Azul:
— Sabe, Borboleta? O frio da Margarida não era frio de casaco, não!
E a Borboleta respondeu:
— Ah! Entendi!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

História: "BONECA DE CROCHÊ"

Um homem e uma mulher estavam casados por mais de 60 anos.
Eles tinham compartilhado tudo um com o outro e conversado sobre tudo.
Não havia segredos entre eles, com exceção de uma caixa de sapato que a mulher guardava em cima de um armário e tinha avisado ao marido que nunca abrisse aquela caixa e nem perguntasse o que havia nela.
Por todos aqueles anos ele nunca nem pensou sobre o que estaria naquela caixa de sapato.
Um dia a velhinha ficou muito doente e o médico falou que ela não sobreviveria.
Sendo assim, o velhinho tirou a caixa de cima do armário e a levou pra perto da cama da mulher.
Ela concordou que era à hora dele saber o que havia naquela caixa.
Quando ele abriu a tal caixa, viu duas bonecas de crochê e um pacote de dinheiro que totalizava 95 mil dólares.
Ele perguntou a ela o que aquilo significava, ela explicou;
- Quando nós nos casamos minha avó me disse que o segredo de um casamento feliz é nunca argumentar/brigar por nada. E se alguma vez eu ficasse com raiva de você que eu ficasse quieta e fizesse uma boneca de crochê.
O velhinho ficou tão emocionado que teve que conter as lágrimas enquanto pensava 'Somente duas bonecas preciosas estavam na caixa. Ela ficou com raiva de mim somente duas vezes por todos esses anos de vida e amor. '
- Querida!!! - Você me explicou sobre as bonecas, mas e esse dinheiro todo de onde veio?
- Ah! - Esse é o dinheiro que eu fiz com a venda das bonecas.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Projeto “Deixa que eu conto” leva contação de histórias a crianças de Cubatão

Voltado para o público infantil, as sessões acontecem na Biblioteca Central e levam clássicos da literatura para os pequeninos de 16 de março a 29 de abril

Quem ainda não lê, pode se interessar por leitura? A maioria pode até responder que não, mas para aqueles que trabalham com “contação de histórias”, a resposta é: sim, sim, sim! Uma criança de 4, 5 anos, apesar de não saber ler uma palavra sequer, quando recebe uma história saindo fresquinha das páginas de um livro, simplesmente se apaixona pela literatura epelo encantamento que ela proporciona . A professora Ana Lúcia Correia que o diga. E é por isso que por dois meses ela estará contando muitas histórias para meninos e meninas de Cubatão.

O Projeto “Deixa que eu conto” começa dia 16 de março e vai até dia 29 de abril, sempre com uma história diferente a cada dia. As apresentações, gratuitas, acontecerão na Biblioteca Central em duas sessões: às 13h e às 15h. Além de conhecer uma bela história, folhear livros e ver suas figuras, a meninada participará de dinâmicas de grupo, confecção de artesanato e dobraduras.

O principal objetivo do Projeto é desenvolver o gosto pela leitura. Para tanto, Ana Lúcia Correia escolheu histórias como “O tijolo de ouro”, do escritor Pedro Bandeira, a famosa “O menino do dedo verde”, de Maurice Druon, além da lendas brasileiras e de outros países, sempre trazendo mensagens de paz, amor ao próximo e encantamento. “As histórias são patrimônios da humanidade. Saber ouvir e contar histórias desenvolve a imaginação, resgata a cultura oral e incentiva a escrita”, afirma a educadora.

Ana Lúcia Correia atua como professora na rede pública municipal de ensino de Cubatão. Formada em magistério e pedagogia, tem conhecimento específico na área de Contação de Histórias. Na Biblioteca Central, as sessões acontecerão sempre às terças e quintas-feiras. Escolas de ensino fundamental e creches da cidade podem agendar a participação de seus meninos e meninas, sempre em turma de, no máximo, 30 crianças. O agendamento pode ser feito pelo telefone 3361-6844.
Texto: Morgana Monteiro
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