sábado, 21 de agosto de 2010

COBRA GRANDE

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico.
Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras.
Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria.
Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro. 
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.

Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Bomba D' água


Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto.
               Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.
Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada.
              Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar.
            Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. E notou que ao seu lado havia uma velha garrafa.                                                                 Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:                                                                                                                                          
Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando sobre ela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir, para o próximo viajante. 

            O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água.
            De repente, ele se viu num dilema.
            Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse morreria de sede.
            Que fazer ?
            Despejar a água na velha bomba e esperar vir a ter água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem?
            Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba.
            Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba e pôs-se a ranger e chiar sem fim.
            E nada aconteceu! E a bomba foi rangendo e chiando.
            Então, surgiu um fiozinho de água, depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância.
            Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina.
            Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente.
            Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante.
            Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante.
            Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:

            Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta.