segunda-feira, 4 de outubro de 2010

A BORBOLETA AZUL

            Havia um viúvo que morava com suas duas filhas curiosas e inteligentes.    As meninas sempre faziam muitas perguntas. 
            Algumas ele sabia responder, outras não. 
            Como pretendia oferecer a elas a melhor educação, mandou as meninas passarem férias com um sábio que morava no alto de uma colina. 
            O sábio sempre respondia todas as perguntas sem hesitar. 
Impacientes com o sábio, as meninas resolveram inventar uma pergunta que ele não saberia responder. 
            Então, uma delas apareceu com uma linda borboleta azul que usaria para pregar uma peça no sábio. 
            --- O que você vai fazer? - perguntou a irmã. 
            --- Vou esconder a borboleta em minhas mãos e perguntar se ela está viva ou morta. 
            --- Se ele disser que ela está morta, vou abrir minhas mãos e deixá-la voar. Se ele disser que ela está viva, vou apertá-la e esmagá-la. E assim qualquer resposta que o sábio nos der estará errada ! 
            As duas meninas foram então ao encontro do sábio, que estava meditando. 
            ---Tenho aqui uma borboleta azul. Diga-me sábio, ela está viva ou morta? 
            Calmamente o sábio sorriu e respondeu: 
            --- Depende de você... ela está em suas mãos. 


Assim é a nossa vida, o nosso presente e o nosso futuro. 
Não devemos culpar ninguém quando algo dá errado.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

A FIGUEIRA

            Em uma cidadezinha do interior havia uma figueira carregada dentro do cemitério. Claro que ninguém tinha coragem de ir lá pegar os figos. De dia tinha a guarda e a noite.......quem é que tinha coragem?
            Dois amigos destemidos decidiram entrar lá à noite (quando não havia vigilância) e pegar todos os figos. Eles pularam o muro, subiram a árvore com as sacolas penduradas no ombro e começaram a distribuir os figos.
            --- Um pra mim, um pra você.
            --- Um pra mim, um pra você.
            --- Pô, você deixou cair dois do lado de fora do muro!
            --- Não faz mal, depois que a gente terminar aqui pegamos os outros.
            --- Então tá bom, mais um pra mim, um pra você.
            Um bêbado, passando do lado de fora do cemitério, escutou esse negócio de 'um pra mim e um pra você' e saiu correndo para a delegacia.
            Chegando lá, disse para o policial:
            ---Seu guarda, vem comigo! Deus e o diabo estão no cemitério dividindo as almas dos mortos!
            --- Ah, cala a boca bêbado.
            --- Juro que é verdade, vem comigo.
            Os dois foram até o cemitério, chegaram perto do muro e começaram a escutar...
            --- Um para mim, um para você.
            O guarda assustado:
            --- É verdade! É o dia do apocalipse! Eles estão mesmo dividindo as almas dos mortos! foi quando escutaram......
            --- Pronto, acabamos aqui. E agora?
            --- Vamos pegar aqueles dois que tão do lado de fora, um é meu e o outro é seu....... 

            --- Cooooorreeeee!!!!! 

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

GALINHA RUIVA

              Era uma vez uma galinha ruiva, que morava com seus pintinhos numa fazenda.
              Um dia ela percebeu que o milho estava maduro, pronto para ser colhido e virar um bom alimento.
              A galinha ruiva teve a
ideia de fazer um delicioso bolo de milho. Todos iam gostar!
              Era muito trabalho: ela precisava de bastante milho para o bolo.
              Quem podia ajudar a colher a espiga de milho no pé?
              Quem podia ajudar a debulhar todo aquele milho?
              Quem podia ajudar a moer o milho para fazer a farinha de milho para o bolo?
              Foi pensando nisso que a galinha ruiva encontrou seus amigos:
              --- Quem pode me ajudar a colher o milho para fazer um delicioso bolo?                                                                                                          
--- Eu é que não, disse o gato. Estou com muito sono. 
              --- Eu é que não, disse o cachorro. Estou muito ocupado.
              --- Eu é que não, disse o porco. Acabei de almoçar.
              --- Eu é que não, disse a vaca. Está na hora de brincar lá fora.
              Todo mundo disse não.
              Então, a galinha ruiva foi preparar tudo sozinha: colheu as espigas, debulhou o milho, moeu a farinha, preparou o bolo e colocou no forno.
              Quando o bolo ficou pronto ...
              Aquele cheirinho bom de bolo foi fazendo os
amigos se chegarem. Todos ficaram com água na boca.
              Então a galinha ruiva disse:
              --- Quem foi que me ajudou a colher o milho, preparar o milho, para fazer o bolo?
              Todos ficaram bem quietinhos. ( Ninguém tinha ajudado.)
              --- Então quem vai comer o delicioso bolo de milho sou eu e meus pintinhos, apenas. Vocês podem continuar a descansar olhando.
              E assim foi: a galinha e seus pintinhos aproveitaram a
festa, e nenhum dos preguiçosos foi convidado.

domingo, 12 de setembro de 2010

A fábula do Rato


Um rato, olhando pelo buraco na parede, vê o fazendeiro e sua esposa abrindo 
um pacote. Pensou logo no tipo de comida que haveria ali. 

Ao descobrir que era uma ratoeira ficou aterrorizado.

Correu ao pátio da fazenda advertindo a todos:

-- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira na casa !!

A galinha disse:

-- Desculpe-me Sr. Rato, eu entendo que isso seja um grande problema para o 

senhor, mas não me prejudica em nada, não me incomoda.

O rato foi até o porco e disse:

-- Há uma ratoeira na casa, uma ratoeira !

-- Desculpe-me Sr. Rato, disse o porco, mas não há nada que eu possa fazer, 

a não ser orar. Fique tranqüilo que o Sr. Será lembrado nas minhas orações.

O rato dirigiu-se à vaca. E ela lhe disse:

- O que ? Uma ratoeira ? Por acaso estou em perigo? Acho que não !

Então o rato voltou para casa abatido, para encarar a ratoeira. Naquela noite 

ouviu-se um barulho, como o da ratoeira pegando sua vítima. 

A mulher do fazendeiro correu para ver o que havia pego.

No escuro, ela não viu que a ratoeira havia pego a cauda de uma cobra 

venenosa. 
E a cobra picou a mulher… O fazendeiro a levou imediatamente ao hospital. 
Ela voltou com febre. 

Todo mundo sabe que para alimentar alguém com febre, nada melhor que 

uma canja de galinha. O fazendeiro pegou seu cutelo e foi providenciar o 
ingrediente principal. 

Como a doença da mulher continuava, os amigos e vizinhos vieram visitá-la.

Para alimentá-los, o fazendeiro matou o porco.

A mulher não melhorou e acabou morrendo.

Muita gente veio para o funeral. O fazendeiro então sacrificou a vaca, para 

alimentar todo aquele povo. 



“Na próxima vez que você ouvir dizer que alguém está diante de um 

problema e acreditar que o problema não lhe diz respeito, lembre-se que 
quando há uma ratoeira na casa, toda fazenda corre risco. O problema de 
um é problema de todos.”

sábado, 4 de setembro de 2010

A HISTÓRIA DO LÁPIS

            O menino olhava a avó escrevendo uma carta. A certa altura, perguntou:
            --Você está escrevendo uma história que aconteceu conosco?
            --E por acaso, é uma história sobre mim?
            A avó parou a carta, sorriu, e comentou com o neto:
            -- Estou escrevendo sobre você, é verdade.Entretanto, mais importante do que as palavras,
é o lápis que estou usando. Gostaria que você fosse como ele, quando crescesse.
            O menino olhou para o lápis, intrigado, e não viu nada de especial.
            -- Mas ele é igual a todos os lápis que vi em minha vida!
            -- Tudo depende do modo como você olha as coisas.
            Há cinco qualidades nele que, se você conseguir mantê-las, será sempre uma pessoa em paz com o mundo.
            "Primeira qualidade:
            Você pode fazer grandes coisas, mas não deve esquecer nunca que existe uma Mão que guia seus passos. Esta mão nós chamamos de Deus, e Ele deve sempre conduzi-lo em direção à Sua vontade".
            "Segunda qualidade:
            De vez em quando eu preciso parar o que estou escrevendo, e usar o apontador. Isso faz com que o lápis sofra um pouco, mas no final, ele está mais afiado. Portanto, saiba suportar algumas dores, porque elas o farão ser uma pessoa melhor."
            "Terceira qualidade:
            O lápis sempre permite que usemos uma borracha para apagar aquilo que estava errado. Entenda que corrigir uma coisa que fizemos não é necessariamente algo mau, mas algo importante para nos manter no caminho da justiça".
            "Quarta qualidade:
            O que realmente importa no lápis não é a madeira ou sua forma exterior, mas o grafite que está dentro.
Portanto, sempre cuide daquilo que acontece dentro de você."
            "Finalmente, a quinta qualidade do lápis:
            Ele sempre deixa uma marca. Da mesma maneira, saiba que tudo que você fizer na vida, irá deixar traços, e procure ser consciente de cada ação".


sábado, 21 de agosto de 2010

COBRA GRANDE

É uma das mais conhecidas lendas do folclore amazônico.
Conta a lenda que em numa tribo indígena da Amazônia, uma índia, grávida da Boiúna (Cobra-grande, Sucuri), deu à luz a duas crianças gêmeas que na verdade eram Cobras.
Um menino, que recebeu o nome de Honorato ou Nonato, e uma menina, chamada de Maria.
Para ficar livre dos filhos, a mãe jogou as duas crianças no rio. Lá no rio eles, como Cobras, se criaram. Honorato era Bom, mas sua irmã era muito perversa. Prejudicava os outros animais e também às pessoas.
Eram tantas as maldades praticadas por ela que Honorato acabou por matá-la para pôr fim às suas perversidades. Honorato, em algumas noites de luar, perdia o seu encanto e adquiria a forma humana transformando-se em um belo rapaz, deixando as águas para levar uma vida normal na terra.
Para que se quebrasse o encanto de Honorato era preciso que alguém tivesse muita coragem para derramar leite na boca da enorme cobra, e fazer um ferimento na cabeça até sair sangue. Ninguém tinha coragem de enfrentar o enorme monstro. 
Até que um dia um soldado de Cametá (município do Pará) conseguiu libertar Honorato da maldição. Ele deixou de ser cobra d'água para viver na terra com sua família.

Origem: Mito da região Norte do Brasil, Pará e Amazonas.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A Bomba D' água


Um homem estava perdido no deserto, prestes a morrer de sede.Eis que ele chegou a uma cabana velha, desmoronando, sem janelas, sem teto.
               Andou por ali e encontrou uma pequena sombra onde se acomodou, fugindo do calor do sol desértico.
Olhando ao redor, viu uma velha bomba de água, bem enferrujada.
              Ele se arrastou até a bomba, agarrou a manivela e começou a bombear, a bombear, a bombear sem parar.
            Nada aconteceu. Desapontado, caiu prostrado, para trás. E notou que ao seu lado havia uma velha garrafa.                                                                 Olhou-a, limpou-a, removendo a sujeira e o pó, e leu um recado que dizia:                                                                                                                                          
Meu Amigo, você precisa primeiro preparar a bomba derramando sobre ela toda água desta garrafa. Depois faça o favor de encher a garrafa outra vez antes de partir, para o próximo viajante. 

            O homem arrancou a rolha da garrafa e, de fato, lá estava a água.
            De repente, ele se viu num dilema.
            Se bebesse aquela água, poderia sobreviver. Mas se despejasse toda aquela água na velha bomba enferrujada, e ela não funcionasse morreria de sede.
            Que fazer ?
            Despejar a água na velha bomba e esperar vir a ter água fresca, fria, ou beber a água da velha garrafa e desprezar a mensagem?
            Com relutância, o homem despejou toda a água na bomba.
            Em seguida, agarrou a manivela e começou a bombear... e a bomba e pôs-se a ranger e chiar sem fim.
            E nada aconteceu! E a bomba foi rangendo e chiando.
            Então, surgiu um fiozinho de água, depois, um pequeno fluxo e finalmente, a água jorrou com abundância.
            Para alívio do homem a bomba velha fez jorrar água fresca, cristalina.
            Ele encheu a garrafa e bebeu dela ansiosamente.
            Encheu-a outra vez e tornou a beber seu conteúdo refrescante.
            Em seguida, voltou a encher a garrafa para o próximo viajante.
            Encheu-a até o gargalo, arrolhou-a e acrescentou uma pequena nota:

            Creia-me, funciona. Você precisa dar toda a água antes de poder obtê-la de volta.